quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Sobre livros-amantes



Ontem algo raro aconteceu. Alguém me devolveu um livro. Tudo bem que devolver não é tão raro assim, extraordinário mesmo é o fato de eu tê-lo emprestado. Não, não me envergonho em admitir isto. Ou você empresta facilmente aquilo que preza? Estou certa que não. O fato é que esta querida amiga me perguntou:

- Bia, como pode tantas advertências ao me emprestar, sendo que o livro está todo rabiscado?

Fiquei surpresa com a pergunta. Quando digo a alguém que tenha cuidado com esta ou aquela obra, esta recomendação é como um alerta que se faz sobre alguém querido. Como um pai, mãe ou irmão de quem você pode até às vezes se queixar, mas os outros nunca.

Aliás, na verdade meus livros não são parentes, são amantes. EU sou íntima e eles são meus e de mais ninguém. Se contiverem anotações, registros de qualquer espécie, significa que me são queridos, muito queridos. São marcas como as marcas deixadas na pele após uma ardente noite de amor. As marcas, portanto, significam: Cuidado redobrado comigo, pois ela me considera um bom amante!

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